PALAVRA DO ESPECIALISTA - SANDRA

 

Autismo, o que o professor precisa saber?

 

 

Um pouco de história:

 

Inicialmente, todos transtornos psíquicos infantis eram chamados de retardo mental, portanto interpretado de idiota.

Posteriormente esse termo deu lugar a outro: imbecibilidade e após muitos estudos e reflexões, o meio cientifico entendeu por bem criar uma subdivisão que determinou duas grandes categorias: Autismo e Retardo Mental.

O termo Retardo Mental   era usado para toda criança que geneticamente ou congenitamente, apresentava uma síndrome orgânica. Termo excepcionalmente à  crianças que apresentam condições especiais(físicas ou psíquicas).

Autista era usado para toda criança que apresentava uma alteração, mas não se enquadrava em retardo mental e sim transtorno global do desenvolvimento.

Antes da Segunda Guerra mundial, alguns autores observavam os transtornos psiquiátricos infantis, com a intenção de encontrar nas crianças os mesmos sintomas dos adultos.

Em 1943, Kanner introduziu o conceito do Autismo, rompendo com a tradição da psiquiatria infantil.

Os distúrbios mentais em crianças começaram a ser estudadas tardiamente, o trabalho psicanalítico em crianças somente começou a partir da década 10, principalmente com os trabalhos de Melaine Klein e Ana Freud.

O autismo é um conjunto de transtornos do desenvolvimento, de início precoce caracterizado por comportamento repetitivos e alteração profunda das relações sociais e da linguagem.

Não é considerado, uma psicose, pois não apresentam transtornos de pensamento (delírios, alucinações, ilusão, paranoia).

 

Quando se iniciam os sintomas do autismo?

 

O inicio é precoce, o bebê aos 6 meses de idade já pode apresentar alguns sintomas.

Mas geralmente os sintomas ficam mais evidentes nos 3 primeiros anos de vida, quando a criança demonstra atraso significativo na linguagem e no baixo nível de interesse e curiosidade pelo meio social.

É difícil o diagnóstico em crianças com menos de 1 ano, não por que elas não apresentam sintomas, mas porque quem a observa geralmente não consegue descreve-los. Em anamnese com os pais desses bebes eles relatam que, quando bebê, aquela criança era muito calma, não chorava, nem estranhava ninguém.

 

Algumas características do autismo:

 

Estas crianças não apresentam iniciativa, interesse e/ou envolvimento com o meio ou com as pessoas que o cercam. Nunca manifestam qualquer curiosidade ou intenção de investigação dos objetos situações e pessoas.

Qualquer influência nova é rejeitada violentamente.

O autismo aparece em todas classes sociais.

Em relação ao sexo, os meninos apresentam uma maior frequência sobre as meninas.

As meninas, sempre apresentam o autismo de forma mais severa.

Em famílias com um caso de autismo é frequente a existência de outros transtornos mentais

A causa básica do autismo é desconhecida.

 

A sintomatologia do autismo:

 

  • Bebês silenciosos, pouco exigentes; nunca choram ou choram constantemente;
  • Face inexpressiva; balanço de cabeça; não estranham ninguém;
  • Olhar vago; incapaz de perceber/ou responder sentimentos;
  • Preocupação com alguns objetos; rotinas rígidas;
  • Incapacidade de estabelecer vínculos;
  • Não há contato visual direto; postura corporal robotizada;

 

Diagnóstico diferencial do autismo:

 

O diagnóstico diferencial dos quadros autisticos inclui outros distúrbios invasivos do desenvolvimento, como Síndrome de Asperger, a Síndrome de Rett, transtornos desintegrativos e os quadros não especificados.

Esse diagnóstico diferencial é uma das grandes dificuldades do clínico.

Síndrome de Asperger é reconhecida antes dos 24 meses, apresentando também maior ocorrência no sexo masculino, inteligência próxima da normalidade, déficit na sociabilidade, baixa associação com quadros convulsivos.

Síndrome de Rett, ocorrem preferencialmente no sexo feminino, sendo reconhecido entre 5 e 30 meses e apresentando marcado déficit no desenvolvimento, com desaceleração do crescimento craniano, retardo intelectual, marcado e forte associação com quadros convulsivos.

Os transtornos desintegrativos são observados antes dos 24 meses, com predomínio no sexo masculino, padrões de sociabilidade e comunicação pobres, frequência da síndrome convulsiva associada e prognóstico pobre.

Os transtornos abrangentes não especificados têm idade de início variável, predomínio no sexo masculino, comprometimento variável na área da sociabilidade, bom padrão comunicacional e pequeno comprometimento cognitivo.

 

Tratamento e evolução do autismo:

 

O tratamento é complexo, centrando-se em uma abordagem medicamentosa destinada a redução de sintomas: agitação, agressividade e irritabilidade, que impedem o encaminhamento dos pacientes a programas de estimulação e educacionais.

São pacientes crônicos, e essa visão terapêutica se estendera por longos períodos, exigindo dos profissionais envolvidos monitoração constante, para que tenham uma dimensão exata do problema.

Os pais precisam e devem ser trabalhados e orientados sobre a doença e sobre como agir com a criança.

Pais orientados colaboram para um melhor equilíbrio e desempenho dos filhos (autistas ou não).

A evolução e prognóstico são difíceis de serem previstos, com ou sem tratamento.

O desenvolvimento posterior de uma criança com autismo é muito variável.

Poucos atingem a maturidade vivendo de forma normal, outros atingem uma certa adequação social.

Todo tratamento deve ter como objetivo desenvolver o melhor e o potencial de cada indivíduo.

 

 

Sobre a autora:

AUTORA SANDRA

Consultório:

Consultório de Psicologia

  • Atendimento Psicoterápico à crianças, adolescente, adulto e Terceira idade
  • Avaliação Neuropsicologica
  • Avaliação Psicológica
  • Psicoterapia de casal
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Tatuapé – São Paulo

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