COMO PREVENIR E TRATAR O SAPINHO OU MONILÍASE ORAL 

 

1. O que é monilíase oral (sapinho)? 

2. Formas de transmissão da monilíase oral (sapinho). 

3. Prevenção da monilíase oral (sapinho). 

4. Tratamento e cuidados da monilíase oral (sapinho). 

5. Cuidados na escola. 

 

Popularmente conhecida como “Sapinho” ou monilíase oral – é uma infecção da cavidade oral (podendo afetar a faringe também), causada por fungos da espécie Candida Albicans.

 

 


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1. O que é monilíase oral (sapinho)?

 

Manifestação da monilíase oral no bebê

O sapinho, cientificamente chamado de candidíase oral, corresponde a uma infecção na boca do bebê causada pelo fungo Candida albicans, que é mais comum em bebês com menos de 6 meses e que está relacionado com a baixa imunidade do bebê.

Quando a imunidade é afetada (o que pode ser desencadeado por diversos fatores, como condições ambientais, uso de antibióticos e até a alimentação), há o crescimento excessivo desse fungo que já é integrante do nosso organismo.

Em crianças, a imunidade baixa típica dos primeiros anos de vida (quando o sistema imunológico ainda não se consolidou forte o suficiente para evitar infecções) é um dos fatores que ajuda o aparecimento da doença.

 

Sinais e sintomas da monilíase oral:

 

A monilíase caracteriza-se pelo surgimento de manchas brancas na língua, bochechas e palato. São placas brancas com aspecto de nata de leite e quando removidas revelam uma base avermelhada.

Geralmente o bebê sente grande desconforto, dificultando a alimentação (no peito ou não) e causa perda de apetite e até a recusa de água.

Outras características são: vômito, irritabilidade, insônia, choro constante, febre acima de 38°C e dificuldade para engolir.

A monilíase oral geralmente é observada em bebês com menos de 6 meses e até no máximo 1 ano. Em crianças maiores é menos comum, e sua ocorrência pode indicar outros problemas de saúde que necessitam ser investigados.

Em alguns casos, o sapinho no bebê também pode provocar o aparecimento de pontinhos brancos nas unhas e nas dobras da pele, por exemplo.

 

2. Formas de transmissão da monilíase oral (sapinho): 

 

Manifestação da monilíase oral no bebê

Os bebês podem desenvolver candidíase oral por diversas razões, mas principalmente porque seu sistema imunológico não está totalmente desenvolvido e não pode combater certos microrganismos.

A transmissão costuma ser provocada pelo uso de mamadeiras e chupetas mal higienizadas, ou pode ser adquirida durante o parto, quando o bebê entra em contato com os germes da vagina que vão se multiplicar em sua pele e mucosas.

Outro motivo que também pode causar a doença são as famosas “bitoquinhas na boca” da criança. Estas devem ser evitadas devido a chance de contaminação da boca dos adultos para a criança.

Além de interferir no aleitamento materno, o uso de chupeta está associado à maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite média e de alterações do palato.

É importante que as famílias conheçam outras formas de acalmar a criança ao invés de utilizar como recurso somente a chupeta, como por exemplo fazer carinho, colocar no colo, cantar e amamentar.

Além disso, se o bebê estiver sendo amamentado e a mãe ou o bebê estiverem tomando antibiótico, há maior risco do fungo se desenvolver (o uso de antibiótico pode reduzir a imunidade).

A transmissão entre as crianças pode ocorrer por meio da saliva, por exemplo quando uma criança coloca na boca um objeto mordido por outra que tem a infecção.

Em trocadores públicos, a infecção não é comum, já que os pais costumam colocar proteções como panos e/ou papel para proteger a troca da criança. A dica é certificar-se de usar alguma proteção ao trocar o pequeno e garantir que o espaço seja o mais higiênico possível.

 

3. Prevenção da monilíase oral (sapinho): 

 

As crianças com monilíase não devem ser afastadas do convívio normal, pois a Candida albicans é um fungo normalmente presente na pele e mucosa das pessoas.

 

Para evitar acometimento pela monilíase oral é importante adotar algumas medidas:

 

  • Manter a higiene adequada do bebê, com banhos regulares;
  • Evitar que as crianças compartilhem objetos que vão à boca, pois podem favorecer a infecção;
  • Utilizar roupas confortáveis em épocas de calor, pois a proliferação do fungo é mais comum em estações quentes, nas quais as crianças suam e seus corpos permanecem úmidos por mais tempo;
  • Lavar bem as mãos (com água e sabão) sempre que for prestar cuidados ou pegar a criança no colo;
  • Fazer higiene dos mamilos antes de amamentar (com água);
  • Realizar higiene bucal do bebê após cada mamada com dedeira, gaze umedecida ou escova de dentes própria para idade;
  • Oferecer de 5 a 10 ml de água para remover os restos de leite após as mamadas;
  • Evitar o compartilhamento de mamadeiras e chupetas pelas crianças;
  • Ferver os bicos e mamadeiras por 20 minutos;
  • Realizar a higiene dos brinquedos plásticos das crianças, principalmente aqueles levados a boca, bem como utensílios de látex que a criança utiliza.

 

Se a criança estiver recebendo o leite materno, a mãe deverá observar seus mamilos quanto a presença de sinais e sintomas sugestivos de infecção por cândida (pois o bebê pode transmitir o fungo para a mãe).

Coceira nas mamas, sensação de queimação e dor em fisgadas, que persistem após as mamadas, assim como vermelhidão em mamilos e aréola, pele brilhante ou com fina descamação, observados ao exame físico, são sugestivos desse diagnóstico. Raramente observam-se placas esbranquiçadas na área das mamas.

 

 


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4. Tratamento e cuidados da monilíase oral (sapinho):  

 

  • O primeiro passo para o tratamento da monilíase é determinar as causas e combatê-las para evitar recidivas (por exemplo falta de higiene da cavidade oral do bebê);
  • Atenção a receitas caseiras, elas são contraindicadas pois piora a situação e irritam ainda mais o bebê;
  • Se as mães estiverem com os mamilos dos seios contaminados pelo fungo, elas devem usar antifúngicos tópicos (prescritos por um médico ou farmacêutico). Antes de aplicar a medicação, a mãe deverá ordenhar seu leite e administrá-lo à criança através de copinho ou colher;
  • Mãe e filho deverão ser tratados para combater o fungo;
  • As lesões da cavidade bucal podem ser limpas com uma gaze embebida em solução de Bicarbonato de Sódio a 2%;
  • Em casos mais severos são utilizados antifúngicos líquidos, creme ou gel na região infectada da boca (prescritos por médico ou farmacêutico), que devem ser passados delicadamente com uma gaze ou algodão na área afetada, ou esguichados com conta-gotas na cavidade oral;
  • Não é recomendada amamentação direta no seio materno com o medicamento, pois o paladar do leite humano estará alterado.

 

Importante:  Para ajudar no tratamento é ainda importante lavar bem as mãos antes de mexer no bebê, não beijar na boca, esterilizar chupetas, mamadeiras e talheres.

 


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5. Cuidados na escola

 

  • Higienizar as mãos sempre antes e após prestar assistência à criança;
  • Sempre que necessário, acompanhar as crianças durante a higiene bucal;
  • Realizar adequada higiene bucal do bebê (das gengivas) com dedeira, gaze umedecida ou escova própria para idade (consulte a matéria sobre escovação dos dentes na escola).
  • Sempre que possível realizar a higiene oral após cada mamadeira;
  • Oferecer de 5 a 10 ml de água para remover os restos de leite após as mamadas;
  • Incentivar as crianças a escovarem os dentes e a língua todos os dias, após cada refeição e antes de dormir;
  • Higienizar corretamente todos os brinquedos de acordo com as orientações da ANVISA;
  • Ferver os bicos e mamadeiras por 20 minutos ou utilizar soluções de hipoclorito conforme orientação da nutricionista escolar;
  • Observar a cavidade oral da criança sempre que possível, isso pode ser feito durante a escovação dos dentes e comunicar os responsáveis se identificar alterações;
  • Reforçar para os pais a necessidade de providenciar os kits pessoais e de higiene bucal;
  • Orientar as mães que amamentam para avaliarem seus mamilos em busca de algum sinal sugestivo de infecção por Candida Albicans (coceira, dor em fisgada, vermelhidão);
  • Não dar as famosas “bitoquinhas” e orientar os responsáveis pela criança;
  • Identificar com o nome das crianças, os babadores, paninhos, lenços, chupetas, mamadeiras e demais itens para evitar a a troca entre elas.

 

Não há a necessidade de afastar as crianças com monilíase do convívio social/escola, porém os educadores e demais profissionais da escola devem redobrar a atenção para que não ocorram compartilhamentos de brinquedos, de toalhas, de talhares e quaisquer outros materiais com outras crianças, especialmente aqueles de uso pessoal.

 

 


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Letícia Spina Tapia

Enfermeira e Fisioterapeuta, Mestre no Ensino em Ciências da Saúde e Coordenadora Nacional do Programa Escola Segura

 

 

 

 

Publicado em: 09/03/2015

Revisado em: 13/12/2021

 

 

Referências: