DIABETES NAS ESCOLAS, BOMBA DE INSULINA E AÇÕES EDUCATIVAS 

 

1. O que é o Diabetes tipo 1?

2. Tratamento para Diabetes tipo 1

3. O que é Diabetes tipo 2?

4. Tratamento para Diabetes tipo 2

5. A criança com Diabetes e a escola

6. Como devemos proceder se ocorrer a Hipoglicemia (diminuição do açúcar no sangue)

7. Como devemos proceder se ocorrer a Hiperglicemia (aumento do açúcar no sangue)

8. Quais os cuidados que a escola e os professores precisam ter com os alunos que possuem Diabetes?

9. Cuidados importantes durante passeios e viagens para o aluno com Diabetes

10. Materiais educativos para abordar Diabetes em sala de aula

11. Livros educativos

12. Mapas de conversação

13. Novidades em terapias para Diabetes Mellitus

14. Sistema de monitoramento contínuo de glicose em tempo real

Vamos abordar neste texto os conceitos sobre diabetes que são importantes para o ambiente escolar que acolhe alunos com este diagnóstico. Também serão explanadas questões relacionadas ao uso da bomba de insulina, dispositivo que vem sendo cada vez mais utilizado por crianças e recomendações de materiais de apoio para ações educativas.

A palavra Diabetes origina-se do grego e significa sifão ou passar através de. Este nome foi atribuído aos antigos gregos que apresentavam grandes quantidades de urina, como se a água ingerida, passasse pelos seus corpos sem se deter.

O Diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. Pode surgir em qualquer idade, até mesmo em bebês e em crianças em idade pré-escolar. Se não tratado adequadamente, pode causar complicações graves como a perda da visão e a amputação de membros.

A doença tem um impacto particular na vida dos jovens e de suas famílias, pois as atividades diárias deverão ser ajustadas devido às necessidades de medições de glicemia, aplicação de insulina, regulação da atividade física e da alimentação. Estima-se que quase 86.000 crianças com menos de 15 anos de idade desenvolvem o Diabetes tipo 1 a cada ano.

Já com relação ao desenvolvimento do Diabetes tipo 2, as evidências mostram a associação deste com a obesidade, sedentarismo e dietas pouco saudáveis levando ao aumento de casos entre crianças e adolescentes em todo o mundo a um ritmo alarmante.

O QUE É DIABETES

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes não é apenas uma doença de adultos. As crianças também são acometidas, tanto é assim que é a segunda doença crônica mais comum na infância. Com o aumento do índice de obesidade infantil, os casos de diabetes têm aumentado de forma extraordinária nos últimos anos. E mais: os estudos dizem que o diabetes, apesar de ser uma doença mundial tem mais prevalência em países de baixa e média renda. Em 2012 foi a causa de 1,5 milhões de mortes e acredita-se que no ano de 2030 será a sétima causa de óbito no mundo.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) cerca de 5% a 10% dos casos de diabetes no Brasil são de crianças com diabetes tipo 1. Isso corresponde a cerca de 600 mil a 1,2 milhão de casos. São MUITAS crianças. Além disso, parte significativa das crianças no Brasil (10%) já apresenta sobrepeso e/ou obesidade – isso significa de que a cada dez crianças, uma já é obesa! –, o que aumenta o risco de ela se tornar um adulto obeso, com maiores chances de desenvolver diabetes tipo 2. Esses números são alarmantes!


1. O que é o Diabetes tipo 1?


É um tipo de Diabetes que acomete crianças e adolescentes. É uma doença autoimune, onde o próprio organismo reconhece as células que produzem a insulina como “inimigas” e as destroem. Dessa maneira, o organismo deixa de produzir a insulina ou a produz em uma quantidade muito pequena e ineficiente, sendo necessário a suplementação da insulina.

Lembramos que a insulina é um hormônio responsável pela entrada de glicose na célula, para ocorrer a liberação de energia, sem a insulina a glicose se acumula na corrente sanguínea, e o organismo começa a “queimar” gordura como fonte para a obtenção de energia, porém este processo acarretará desequilíbrios metabólicos como a cetoacidose diabética.

Ainda não se sabe ao certo porque algumas pessoas desenvolvem essa doença, e porque algumas pessoas mesmo tendo os genes, não desenvolve o Diabetes. O diagnóstico é realizado pelo médico através de exames laboratoriais e correlação com os sinais e sintomas do paciente.

Os sinais e sintomas são:

  • Tontura
  • Palidez
  • Tremores
  • Sonolência
  • Dor de cabeça
  • Alterações visuais
  • Confusão mental
  • Mudança na personalidade ou conduta, como choro e riso inapropriado e dificuldade na concentração
  • Suor excessivo


2. Tratamento para diabetes tipo 1:


As crianças e adolescentes devem realizar um acompanhamento médico com um endocrinologista pediátrico. Após uma avaliação completa, ele indicará qual será o melhor tratamento para cada caso. O controle rigoroso da glicemia capilar várias vezes por dia e a administração de insulina fazem parte do tratamento. Também é necessário ocorrer uma reeducação alimentar dirigida para as necessidades desses pacientes, conforme sua faixa etária, orientada por uma nutricionista.

Confira no vídeo abaixo como ocorre a manifestação da Diabetes tipo 1 em nosso organismo:

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3. O que é o Diabetes Tipo 2:


No Diabetes tipo 2 os adultos após os 40 anos são os mais acometidos, mas crianças também podem apresentar. Está relacionado com outros fatores como hereditariedade, sedentarismo e obesidade. Neste caso, o pâncreas é capaz de produzir a insulina, porém ocorre uma resistência do organismo a ação desse hormônio. O diagnóstico também é realizado pelo médico, através de exames laboratoriais e correlação com os sinais e sintomas que este paciente está apresentando.

Sinais e Sintomas:

  • Cansaço frequente
  • Fome e sede em excesso
  • Perda de peso
  • Visão embaçada
  • Dificuldade na cicatrização das feridas

 


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4. Tratamento para diabetes tipo 2:


O médico endocrinologista, após a avaliação completa, irá direcionar o tratamento adequado para cada paciente. Dieta equilibrada, emagrecimento, exercício físico regular, ou ainda o tratamento medicamentoso pode fazer parte do tratamento.

Confira no vídeo abaixo a manifestação do Diabetes tipo 2 em nosso organismo:

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5. A criança com Diabetes e a escola


Segundo a literatura, não existe uma comprovação de que a 
Diabetes possa interferir na aprendizagem. Quando está sob controle o aluno poderá realizar qualquer atividade na escola, deve ter o mesmo tratamento dos demais alunos, e uma observação mais atenta da equipe educacional sobre as alterações que poderão ocorrer com a hiperglicemia (aumento de açúcar no sangue ou a hipoglicemia (diminuição do açúcar no sangue).

O conhecimento sobre o tema contribuirá para uma melhor observação do aluno, entendimento de suas características durante o período escolar e intervenção da equipe educacional quando necessário a fim de evitar complicações. Ao receber um aluno com Diabetes é importante que a equipe educacional conheça sobre o tema que, muitas vezes é informado pelos pais (excelentes informantes por viverem a rotina diária), ou pelas equipes de saúde da comunidade, além da nutricionista responsável pela alimentação escolar.

A hipoglicemia significa baixo nível de glicose (açúcar) no sangue (glicemia abaixo de 60 mg/dl). Geralmente ocorre porque as refeições não foram realizadas nos horários corretos, por exercícios físicos excessivos, ou por doses elevadas de insulina e/ou medicamentos (hipoglicemiantes orais).

Os sintomas são:

  • Tremores
  • Suor excessivo
  • Tontura
  • Sensação de fraqueza
  • Fome
  • Dor de cabeça
  • Irritação
  • Sonolência
  • Pesadelos ou choro durante o sono

 

Para prevenir a hipoglicemia é necessário: respeitar os horários corretos das refeições, programar os exercícios físicos (horário e alimentação adequados), seguir as doses corretas de insulina e/ou comprimidos recomendados pelo médico.


6. Como devemos proceder se ocorrer a Hipoglicemia?

(diminuição do açúcar no sangue)


Primeiramente fazer o teste da glicemia capilar (ponta de dedo) para a confirmação da hipoglicemia.

Se a criança estiver acordada e consciente: Oferecer um alimento contendo 15 g de carboidratos, como por exemplo:

  • 1 colher de sopa rasa de açúcar com água
  • 150 ml de refrigerante regular (não dietético) – 1 copo pequeno
  • 150 ml de suco de laranja – 1 copo pequeno
  • 3 balas de caramelo

 

Aguardar 15 minutos e verificar a glicemia novamente. Caso permaneça menor que 79 mg/dl, repetir o esquema. Se o episódio de hipoglicemia não cessar, procurar atendimento médico emergencial.

 ATENÇÃO!!

Alimentos como chocolates, leite condensado, entre outros ricos em gordura ou proteína, não devem ser utilizados para a correção de hipoglicemia, pois a gordura e a proteína podem fazer com que demore a absorver o açúcar no sangue e depois eleve mais do que o esperado.

Se a criança estiver semi-consciente ou inconsciente: Nestes casos, o paciente não consegue ingerir alimentos.

  • Não se deve insistir que o paciente se alimente, sob o risco de que aspire o alimento para o pulmão.
  • A melhor opção é injetar glucagon – hormônio que faz o contrário do que a insulina faz, ou seja, aumenta a glicose no sangue. Sugere-se que a pessoa com diabetes (principalmente aquela que usa insulina) tenha sempre consigo uma ampola de glucagon para essas situações.
  • A injeção é subcutânea, como a da insulina, deve ser realizada por pessoas que receberam treinamento de um profissional da saúde.
  • Outra opção é colocar um pouco de açúcar na mucosa das bochechas, na tentativa de que absorva alguma glicose e a pessoa acorde.
  • Novamente lembramos a possibilidade de o paciente aspirar.
  • A administração intravenosa da glicose só deve ser realizada em ambiente hospitalar.


DESMAIOS OU EPISÓDIOS DE CONVULSÕES PODEM OCORRER EM CASOS MAIS GRAVES DE HIPOGLICEMIA. CASO ISSO OCORRA, DEVE-SE PROVIDENCIAR ATENDIMENTO MÉDICO.


A hiperglicemia ocorre quando o valor de glicemia (açúcar no sangue) está maior ou igual a 180ml/dL. Geralmente ocorre devido ao consumo exagerado de carboidratos; ao adoecer ou situações de estresse e uso insuficiente de insulina.

Os sintomas são:

  • Sede intensa
  • Cansaço
  • Irritabilidade
  • Visão embaçada
  • Fome
  • Náuseas
  • Aumento da frequência e do volume urinário
  • Boca e pele seca (desidratação)
  • Respiração rápida
  • Sonolência e até perda de consciência


7. Como devemos proceder se ocorrer a Hiperglicemia?

(aumento do açúcar no sangue)


  • Orientar o aluno a beber muita água.
  • Disponibilizar um ambiente seguro para que o aluno possa fazer aplicações de insulina para correção do episódio de hiperglicemia (conforme prescrição médica).
  • Orientar o aluno a realizar o monitoramento de glicemia quando necessário, e refazer os testes a cada 2 horas.
  • Se o episódio de hiperglicemia não cessar, procurar atendimento médico emergencial.

A atuação dos profissionais da saúde na educação em diabetes e a participação ativa dos portadores de diabetes e seus familiares são fundamentais para garantir orientações corretas e informações atualizadas visando uma vida normal e saudável para as crianças e jovens com Diabetes em fase escolar. O cuidado somente será de qualidade se todos desempenharem os papéis importantes: conhecer, informar e agir corretamente.


8. Quais os cuidados que a escola e os professores precisam ter com os alunos que possuem diabetes?

 

Em primeiro lugar, é importante a escola realizar um trabalho de conscientização dos colaboradores e entre os próprios alunos, para que todos possam entender melhor o que é o Diabetes e as condições de saúde do colega com diagnóstico de Diabetes, promovendo assim o acolhimento do aluno por parte dos colegas e professores.

O aluno com Diabetes pode precisar sair mais vezes da sala de aula para beber água e ir ao banheiro.

É importante realizar a orientação diária dos pais sobre o aproveitamento educacional do aluno e os possíveis sintomas/alterações quando apresentados.

Poderá ocorrer também, a necessidade de se alimentar fora dos horários habituais de lanche, principalmente antes da prática de exercícios físicos.

Durante o horário do recreio é importante observar se este aluno realizou a refeição anteriormente, pois poderá ocorrer hipoglicemia diante do esforço típico de brincadeiras consideradas mais ativas.

Dependendo da atividade física realizada e de sua duração, talvez seja necessária uma pausa para um lanche extra, pois durante a atividade física mais intensa e prolongada os músculos retiram mais açúcar do sangue o que favorece a ocorrência de hipoglicemia.

A alimentação do aluno com diabetes deverá seguir um cardápio escolar especial (com preparações destinadas para essa patologia), o tamanho das porções também deverá ser adequado, essas e outras orientações sobre a alimentação deste aluno deverá receber orientação de um nutricionista.

A criança deverá realizar as refeições juntamente com os outros colegas, tornando este momento o mais natural possível.

É importante que o professor tenha em mãos os telefones dos pais, da equipe de saúde referenciada pela escola e do médico endocrinologista que faz o acompanhamento deste aluno em caso de eventualidades.

Para escolas que possuem cantina, é importante que o aluno receba orientação sobre as melhores opções para hora do lanche.

Nos dias festivos que ocorrem na escola é importante solicitar opções de bebidas dietéticas e orientar este aluno para evitar preparações com açúcar, porém deverá ser permitido o consumo de salgados mais saudáveis, algumas unidades de docinhos e uma fatia pequena de bolo.

Por precaução é recomendado medir a glicemia antes e após a festa, se necessário medicar e manter a alimentação saudável depois.

 


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E-book sobre medicação segura nas escolas. 

Playlist com vídeos sobre saúde e segurança escolar. 


 

9. Cuidados importantes durante passeios e viagens para o aluno com diabetes:



  • Certifique-se de que os responsáveis estão informados sobre a atividade e quais os cuidados básicos devem ser adotados.
  • É importante que os responsáveis pelo aluno encaminhem para a escola todas as orientações médicas para a atividade e negocie com a escola quem será responsável pelo acompanhamento do tratamento.
  • Na ausência de um responsável pelo tratamento, indicamos a presença de um responsável do aluno (família) para acompanhar a atividade.

Recomendações para um passeio/viagem seguros:

  • Seguir orientações médicas.
  • Ter o Kit de Diabetes adaptado para a atividade (monitor de glicemia com tiras e lancetas, álcool para assepsia, recipiente para descarte do material, alimentos adequados (citados anteriormente) para a correção da hipoglicemia, lanches para situações que sejam necessários um reforço alimentar, insulinas, seringas e/ou canetas acompanhadas de agulhas e garrafa para água (hidratação diária).
  • Saber aplicar insulina ou ter uma pessoa responsável treinada para realizar esta tarefa caso necessário.
  • Fazer testes de glicemia durante o dia para evitar hipoglicemia e hiperglicemia.
  • Ter água e alimentos adequados para correção de alterações de glicemias.
  • Realizar refeições de 3 em 3 horas.
  • Comunicar um adulto a sensação de mal-estar.
  • Anotar telefones de familiares e entregar para organizadores da atividade extracurricular.
  • Vale a pena lembrar que a observação e a atenção dos professores e/ou profissionais habilitados devem ser redobradas em passeios noturnos.

10. Materiais educativos para abordar diabetes em sala de aula:

Projeto KIDS

Em 2014 chegou ao Brasil o projeto KIDS (Kids and Diabetes in Schools -“Crianças e Diabetes nas Escolas”), um novo projeto da IDF (Federação Internacional de Diabetes), em parceria com a ADJ Diabetes Brasil e com a indústria farmacêutica Sanofi, apoiados pelo Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O objetivo é de promover o melhor entendimento da doença pelos profissionais da escola e apoiar as crianças nas escolas públicas e privadas a envolver-se em estratégias de cuidados eficazes e compreenderem o diabetes.

O projeto inclui oficinas práticas e palestras interativas e é focado para a educação das crianças, pais, cuidadores e professores.

Os professores podem participar de oficinas práticas que abordam os sintomas, o monitoramento e o tratamento do diabetes, assim como sugestões sobre alimentação nas escolas e em situações especiais, sobre os exercícios físicos mais adequados para esses alunos, e as complicações mais comuns durante o período escolar, como técnicas para desenvolver novas habilidades e autoconhecimento.



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Faça download gratuito dos 4 cadernos para informar sobre diabetes na escola do Projeto Kids.



11. Livros Educativos


Desde 2011 a Disney e a empresa farmacêutica Eli Lilly desenvolvem materiais educativos voltados para crianças diabéticas, em especial as com diabetes tipo 1.

A fim de ajudar estas crianças a entenderem a doença, como se tratar e com o quê elas devem tomar cuidado, Lilly e Disney criaram uma nova personagem, que protagonizará uma série de livros educativos.

Trata-se da macaquinha Coco, que mostra como as crianças com Diabetes tipo 1 podem ter uma infância normal como as das outras, apenas mantendo alguns cuidados extras.

 

Clique nas imagens abaixo para acessar o site com o conteúdo completo.


Estes livros estão disponíveis somente em inglês.


12. Mapas de conversação


As mais novas ferramentas de aprendizagem usadas atualmente pela ADJ (Associação de Diabetes Juvenil) são os Mapas de Conversação, ferramentas visuais, na forma de figuras coloridas que representam situações da vida de pessoas com Diabetes.

A apresentação é lúdica e funciona como estímulo para que um grupo de pessoas evoque vivências e troque experiências entre si, com a facilitação de um profissional da saúde (médico, enfermeiro, farmacêutico, psicólogo, nutricionista, preparador físico, etc.).

Nesta atividade são abordados os seguintes temas: Como o corpo funciona no diabetes; Nutrição e atividade física; Medicamentos orais e auto monitoramento glicêmico; e Insulinoterapia, cada um dos quatro com um Mapa diferente.

Estes encontros permitem que as pessoas com diabetes e seus familiares revejam conceitos aplicados ao diabetes de forma ampla e adquiram amadurecimento proporcionado pela troca de vivências, com a orientação do profissional.

Para participar basta agendar pelo telefone (11) 3675-3266/Ramal 11.


13. Novidades em terapias para Diabetes Mellitus

Bomba de infusão de insulina


A bomba de infusão de insulina (BII) é um equipamento pequeno e portátil que tem como objetivo liberar a insulina de ação rápida 24 horas por dia através de um tubo e uma cânula (conjunto de infusão) inseridos sob a pela (região subcutânea) e deverá
ser trocado a cada 2 a 3 dias.

Cada paciente irá programar a bomba para liberar a insulina de acordo com suas necessidades.

Mesmo utilizando a BII, ainda há a necessidade de realizar o monitoramento dos níveis de glicose com o glicosímetro (ponta de dedo).

Os resultados serão úteis para que você possa ajustar as doses de insulina, consumo de alimentos e programa de exercícios.

Pessoas de todas as idades com diabetes de tipo 1 ou tipo 2 podem usar a terapia com bomba de infusão de insulina, no entanto, o seu médico o aconselhará sobre sua adequação específica a essa terapia.


Objetivos:

  • Normoglicemia (deixar os níveis de glicose dentro dos valores normais).
  • Reduzir episódios de hipoglicemias.
  • Prevenir o aparecimento das complicações degenerativas.
  • Melhorar a qualidade de vida (estilo de vida e padrão alimentar).


Todas as crianças portadoras de diabetes são beneficiadas pela bomba de infusão de insulina, porém quando os alguns critérios são necessários para o sucesso da terapia:

Pais motivados e familiarizados com a contagem de carboidratos (o método nos permite dosar a quantidade exata de insulina a ser aplicada evitando carboidratos demais na corrente sanguínea (hiperglicemia) ou de menos (hipoglicemia),

Tratamento anterior com múltiplas injeções diárias de insulina e aceitação pela criança da realização de seis a nove testes diários de glicemia (ponta de dedo).

Estudos demonstram que as bombas são seguras e eficazes em bebês e crianças e que há melhora na hemoglobina glicada (HBA1c) e redução da hipoglicemia grave em até 53%.

Também há mais confiança e independência dos pais em relação aos cuidados dos seus filhos com diabetes.


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Clique no manual de contagem de carboidratos abaixo para fazer o download gratuito.



14. Sistema de Monitoramento Contínuo de Glicose em tempo real


O Sistema de Monitoramento Contínuo de Glicose em tempo real é empregado para identificar níveis de açúcar no sangue (glicose) em pessoas com diabetes, ao longo de 24 horas através de um sensor que é instalado sob a pele e que envia as informações para um pager (monitor) que fica na cintura permitindo todas as atividades diárias.

  • Os níveis de glicose são verificados e armazenados a cada 10 segundos.
  • Esse monitoramento contínuo pode fornecer, ao longo de 24 horas, um mapa para que o especialista saiba como o paciente está se comportando, à noite ou após as refeições, e se ocorrem episódios de hipoglicemias.
  • Dessa forma, o médico obtém informações para ajustar e personalizar o tratamento.
  • O software permite a transferência dos dados registrados para os computadores de laboratórios ou consultórios médicos.
  • A instalação do sistema é simples.
  • Em geral, é realizada pela equipe de enfermagem do fabricante, com orientação do médico.

 


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Conheça abaixo o funcionamento de um monitor contínuo de glicose em
tempo real e uma bomba de insulina:

Funcionamento da bomba de insulina

Monitor continuo de glicemia e bomba de insulina.  Fonte: Medtronic

A bomba de insulina (A) é pequena e de fácil adaptação ao corpo : pode ser levada sob a roupa em cintas de adaptação ao abdome, cintura, perna, coxa ou braço ou como um telefone móvel., adaptada externamente à roupa com o auxílio de um clip ou estojo de cintura.

A bomba administra a insulina através de um tubo flexível, (B) que é conectado a uma cânula fina e também flexível que se coloca no subcutâneo por um período máximo de 3 dias. É possível desconectar-se, de forma fácil e rápida, para tomar banho ou nadar, por exemplo.

A Monitorização Contínua da Glicose é realizada por meio de um pequeno sensor de glicose (C), que se usa por até 3 dias. Da mesma forma que a cânula, ele é facilmente inserido através do uso de um aplicador.

Os dados do sensor de glicose são enviados ao transmissor (D), um dispositivo pequeno e leve que é conectado ao sensor de glicose. O transmissor envia os dados de glicose à bomba de insulina por meio de tecnologia avançada sem fio, por radiofreqüência (RF)

Este sistema realiza medições constantes da glicose no tecido subcutâneo e, na tela da bomba, aparece a cada 5 minutos o valor médio das leituras com o respectivo gráfico de tendência. Também podem aparecer setas de tendência glicêmica, que indicam claramente a direção e velocidade das mudanças da glicose. Os alertas sonoros ou vibratórios avisam quando os limites programados de hipoglicemia ou hiperglicemia estão para ser atingidos ou quando foram atingidos.

A imediata visualização das oscilações facilitará a atuação de imediato, evitando as hipoglicemias e hiperglicemias, podendo assim melhorar o controle do diabetes.

Este é um exame de tendência e não substitui as glicemias capilares, mas sim orienta quanto à direção e a velocidade de aumento e queda da glicose. É necessário realizar medições capilares para ajustar a administração de insulina ou calibrar o sensor da glicose.




Saber é preciso


A Lei federal de n° 11.346 de 27 de setembro de 2016 determina que os pacientes com diabetes recebam, gratuitamente, do Sistema Único de Saúde – SUS, os medicamentos necessários para o tratamento, assim como os materiais exigidos para a sua aplicação e a monitoração da glicemia capilar.

O texto da lei afirma que, para ter este direito, é preciso estar inscrito em algum programa de educação especial em Diabetes.

Na prática, a pessoa precisa ir ao posto de saúde mais próximo de sua residência, e cadastrar-se como paciente com diabetes do SUS ou do Sistema de Informação em Hipertensão e Diabetes (Hiperdia).

No mesmo local, deve-se pedir pelos medicamentos necessários ao tratamento, prescritos pelo médico responsável em uma receita que será ali apresentada.

Caso não seja plenamente atendido, paciente deverá relatar o caso à ouvidoria da Secretaria da Saúde do estado ou do município e também na própria sede da mesma. Se ainda assim não for atendido, em último caso, o paciente poderá entrar com uma ação judicial exigindo o fornecimento gratuito de todos os itens indispensáveis ao seu tratamento médico. Para tanto, precisará de um advogado, que pode ser público (Defensoria Pública, localizada nos fóruns de cada município) ou um profissional particular de sua confiança.

A bomba de infusão de insulina não está disponível no SUS.


 


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Maira Bassi

Maíra Bassi Strufaldi

Enfermeira e Fisioterapeuta / Educadora em Diabetes e Especialista em Educação em Ciência da Saúde

 

 

 

 

 

Publicado em: 25/09/2016

Revisado em: 25/09/2016

 

 

Referências: